segunda-feira, 24 de maio de 2010
Hora de Voltar
Tudo bem acabou,
É hora de voltar para casa.
Discussão para economizar uma grana.
Abdicação do conforto do taxi.
O ônibus está vazio,
Vamos aproveitar.
O veículo escureceu de foliões,
Vou à frente rezando com o motorista,
Vamos voando,
Mas meu medo fez a estrada nunca terminar.
A cada segundo o terror se manifesta,
Conheci a violência psicológica,
A agressão física,
A separação dentro da própria classe.
Indivíduos vizinhos e que se contrastam.
O ambiente insólito parece uma tortura,
Os gritos de domínio,
Arrepia a pele, a alma, a razão.
Nem fechando os olhos sentíamos alivio.
Meus conviventes passageiros,
Não liberam e não se intimidam,
Falam de ações maliciosas.
Citam mortes, drogas, e suas profissões,
Se alguém se intrometer o revide não é manso.
Pronto conheci o caos que fingia ou encobertava,
Vou para casa.
Êta, não vão liberar a parada para o ponto.
E agora?Onde vou parar?O que vão fazer comigo?
(Melhor não responderem)
A aparência seduz e ganho oportunidade,
Desce logo todo mundo,
Que o dia foi gracejado.
As pernas tremem,
As mentes não querem registro,
Dessa experiência.
Mas já estamos condenados.
Para finalizar a madrugada,
Ainda com os postes acessos,
Andamos em grupos alternados.
Diante do instrumento metálico direcionado,
Visualizo nossos corpos inválidos e gelados no asfalto.
Com imprudência eu corro,
Todos me seguem.
Sigo para qualquer lugar distante dos homens,
Eles ordenam e alguns se imobilizam.
Eu não consigo, meus pés se garantem.
Mas um chamado me estagna-me,
Meu sangue no outro corpo me segura,
E sintoniza que são amigos da lei.
Com insignificante ar pela raça,
Noto que suas desprezadas fardas não estão presentes.
Não sei quem é quem.
Fico em companhia de ladrões.
E corro de policia.
Aonde fui parar?
Poetisa: Verônica dos Santos Ribeiro
Estado:Bahia
E-mail:veronica_sr6@hotmail.com